O filme foi um dos premiados na denominada “Competição Avanca”, tendo sido considerado o melhor filme de animação pelo júri composto pelo produtor Paulo Trancoso (presidente), pelo cineasta Bernardo Cabral e pelos programadores Ayoub Anjari El Baghdadi, Gamze Konca, Rosângela Rocha dos Santos e Flávia Vargas.
Patrícia Figueiredo, estudante do Mestrado em Ilustração e Animação do IPCA, considera que o facto de receber este prémio logo no festival em que o filme estreou “é muito gratificante”.
Conforme explica, “a ideia para este filme surgiu a partir das Moiras”, três personagens da mitologia grega que determinavam o destino dos deuses e dos homens, fiando, distribuindo e cortando o fio da vida.
“Neste filme, as três personagenss são uma mulher novelo, uma mulher que passa os dias a olhar pela janela e uma vendedora de roupa caída dos estendais”, revela Patrícia Figueiredo. “As três estão unidas pelo fio e conduzem as ações das restantes personagens. O fio tem vida própria e participa no desenrolar da narrativa, nomeadamente no inevitável destino de uma mulher que carrega o marido às costas”, acrescenta.
O filme, que começou a ser desenvolvido há quatro anos, quando recebeu o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), integra o projeto de mestrado de Patrícia Figueiredo, sob orientação de Pedro Mota Teixeira e Paula Tavares, ambos docentes da Escola Superior de Tecnologia do IPCA.
Produzida pela Filmógrafo e co-produzida pelo Cine-Clube de Avanca, a obra conta ainda com o apoio da RTP.
Patrícia Figueiredo nasceu em Lamego, em 1985, e é licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Finalizou o curso na Academia de Belas-Artes de Cracóvia, na Polónia, ao abrigo do Programa Sócrates-Erasmus, tendo aí frequentado o Atelier de Cinema de Animação, onde ganhou o interesse por esta área.
Atualmente, frequenta o 2º ano do curso de Mestrado em Ilustração e Animação da Escola Superior de Tecnologia do IPCA.