Descoberta do bosão de Higgs é tema de conferência no IPCA – 16 de julho

Docente convidado do IPCA, Nuno Castro, que é também investigador do Laboratório de Experimentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e membro da Colaboração ATLAS do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), será o ...

Docente convidado do IPCA, Nuno Castro, que é também investigador do Laboratório de Experimentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e membro da Colaboração ATLAS do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), será o orador e promete explicar a importância desta descoberta.

“É um acontecimento histórico, pois não há muitas oportunidades de assistir a anúncios destes”, afirma Nuno Castro, acrescentando que a provável descoberta do bosão de Higgs “não é o fim da história, mas o início de uma nova era no estudo do Universo”.

Conforme promete explicar na conferência do dia 16, “o anúncio feito pelos investigadores do CERN diz respeito à observação, em duas experiências independentes, de uma nova partícula que, pelas suas propriedades, tem que ser um bosão, com aproximadamente 125 vezes a massa de um protão”.

Esta descoberta, acrescenta Nuno Castro, “pode significar a confirmação da teoria apresentada, entre outros, por Peter Higgs, nos anos 60, permitindo-nos entrar numa nova era do nosso conhecimento sobre os constituintes do Universo e as suas interações”.

Nuno Castro salienta, porém, que “há outras teorias”, pelo que são ainda necessários mais estudos. “No fundo, as teorias existentes não descrevem mais de quatro a cinco por cento de tudo o que está no Universo, o que significa que não fazemos a mínima ideia do que são os restantes 95 por cento”, acrescenta, adiantando que “talvez a confirmação da descoberta do bosão de Higgs possa vir ajudar-nos a responder, no futuro, a alguns desses mistérios”.

A descoberta da nova partícula ocorreu graças ao colisionador LHC do CERN – o maior acelerador de partículas do mundo – sobre cuja atividade Nuno Castro promete explicações na conferência do dia 16.

“O acelerador está em funcionamento há dois anos, mas já há resultados fantásticos, nomeadamente outras partículas que já foram descobertas, embora esta seja a mais espetacular”, diz.

Nuno Castro salienta, por outro lado, que “o LHC, um projeto com 30 anos, é a primeira grande colaboração científica internacional em que Portugal está envolvido desde o primeiro momento”.

Sobre a utilidade deste tipo de pesquisas, o investigador refere que “o objetivo principal do CERN é aprender sobre o Universo, não é desenvolver aplicações tecnológicas, embora da sua atividade já tenha resultado, por exemplo, a criação da tomografia por emissão de positrões, utilizada no diagnóstico do cancro, e o protocolo www que deu origem à internet tal como a conhecemos hoje”.

A conferência do próximo dia 16 abre o ciclo «5 Tardes Cinco Temas», que decorrerá diariamente às 18h30 até 20 de julho, abordando as temáticas. Segundo Manuela Cunha, vice-presidente do IPCA, “esta iniciativa permite abrir as portas da instituição à comunidade para debater cinco temas pertinentes e atuais, inseridos em áreas de conhecimento contempladas por este instituto”.

“Ciências, tecnologia, arte, sociedade e economia são domínio que nos tocam, pelo que ao promover este ciclo, que pretendemos repetir todos os anos, estamos certos de contribuir para que quem vier assistir passe cinco fins de tarde agradáveis no IPCA”, acrescenta.

Manuela Cunha sublinha, ainda, que “a criação científica e a sua divulgação junto da comunidade são atividades fundamentais assumidas como parte da missão das instituições de ensino superior”.

A participação nas conferências do ciclo «5 Tardes Cinco Temas» é gratuita e aberta ao público em geral, mediante inscrição prévia através do e-mail tabreu@ipca.pt.

O programa completo pode ser consultado AQUI