Cerca de 400 profissionais debateram futuro da Contabilidade e Fiscalidade

Na sessão de abertura, o presidente do IPCA, João Carvalho, enalteceu a organização deste evento, que colocou em debate os desafios atuais e perspectivas futuras da Contabilidade e da Fiscalidade. Segundo João Carvalho, “a Contabilidade é ...

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Na sessão de abertura, o presidente do IPCA, João Carvalho, enalteceu a organização deste evento, que colocou em debate os desafios atuais e perspectivas futuras da Contabilidade e da Fiscalidade.

Segundo João Carvalho, “a Contabilidade é uma carreira com futuro” e constitui uma aposta forte em termos de oferta formativa que o IPCA irá continuar a defender caso se concretize a proposta governamental de criação de uma divisão regional ao nível das universidades e politécnicos.

Um dos resultados desta aposta foi a criação em 2007 do CICF, único centro de investigação em Portugal nas áreas da Contabilidade e da Fiscalidade reconhecido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Na sua intervenção, a directora do CICF, Maria José Fernandes, destacou a existência de “um conjunto de indicadores que demonstram já a afirmação nacional e internacional” deste centro de investigação, “que se tem dedicado com afinco à investigação aplicada e ligada ao tecido empresarial”.

A organização desta conferência enquadrou-se, precisamente, nesse princípio, tendo como objectivo “permitir que o meio académico, juntamente com os profissionais envolvidos, identifiquem e discutam as reformas em curso, a forma como elas têm sido levadas a cabo em Portugal e noutros países, os resultados que se esperam e o que podemos esperar do futuro”, disse Maria José Fernandes.

Dessa discussão, acrescentou, pretendeu-se abrir novas “linhas de investigação, cujos resultados esperamos poder apresentar em encontros futuros, de forma a evidenciar o papel fulcral da comunidade académica”.

A finalizar a sessão de abertura, o bastonário da OTOC, Domingues de Azevedo manifestou a sua satisfação por ver o auditório do Fórum S. Bento de Menni cheio, destacando “o esforço que os profissionais fizeram para estarem presentes neste difícil período do ano”, em que terminam os prazos de entrega de declarações de IRC e IRS.

Domingues de Azevedo disse sentir que “a Contabilidade tem vindo a ganhar uma nova alma”, mas sublinhou a necessidade de todos trabalharem no sentido de “mudar a imagem que ela ainda tem junto da grande maioria dos empresários”.

Esse foi, aliás, apontado pelo bastonário como um dos grandes desafios dos técnicos oficiais de contas, sobretudo desde que “a abertura do espaço europeu abriu uma nova realidade para as empresas portuguesas”.

Simultaneamente, considerou que estes profissionais “têm de ter consciência de que uma empresa é uma atitude social, em que os seus accionistas assumem compromissos com a sociedade”. E acrescentou: “quando desligamos a Contabilidade deste fator estamos a dar-lhe uma acção restrita. Mas, quando atribuímos esta importância para a sociedade, aí sim, estamos a atribuir à Contabilidade o carácter universal que ela deve ter”.

Domingues de Azevedo manifestou, ainda, preocupações com “o novo papel que está a ser atribuído ao funcionário público”, considerando que “terá efeitos na diminuição qualitativa da Administração Pública”, o que significa que os profissionais da Contabilidade “irão, também, pagar essa fatura”.

A terminar, o bastonário considerou que “o momento é difícil, mas também pode ser uma oportunidade para a Contabilidade, passando menos tempo atrás da secretária e assumindo um papel pró-activo junto das empresas, ajudando-as na tomada de decisões”.

Neste particular, Domingues de Azevedo evidenciou “o papel que o IPCA tem desempenhado” para ajudar a OTOC “a mudar a ideia que 90 por cento dos empresários têm do contabilista”.

A 1ª Conferência em Contabilidade e Fiscalidade debateu três painéis sobre as alterações nas directivas comunitárias em matéria de Contabilidade e seus impactos em Portugal e na profissão, os contributos para uma Fiscalidade competitiva e, no último painel, o processo de adesão das IPSAS no sector público português.