Qualidade do ensino superior e estratégia do IPCA foram tema de debate

No seminário, subordinado ao tema «Sistemas de Garantia da Qualidade nas Instituições de Ensino Superior: desafios e impactos», Sérgio Machado dos Santos destacou a importância da reconstrução de uma base de confiança com a sociedade. Para ...

Seminário da Qualidade

No seminário, subordinado ao tema «Sistemas de Garantia da Qualidade nas Instituições de Ensino Superior: desafios e impactos», Sérgio Machado dos Santos destacou a importância da reconstrução de uma base de confiança com a sociedade.

Para que tal seja possível, acrescentou, será fundamental que as instituições de ensino superior apostem na autorregulação, criem sistemas internos de garantia de qualidade e, nesse particular, tenham planos estratégicos que definam os objetivos a atingir.

Sérgio Machado dos Santos elogiou o trabalho que está a ser feito no IPCA, cujo Manual da Qualidade foi aprovado em dezembro de 2012. A elaboração deste documento teve em vista o estabelecimento de uma “melhor clarificação do papel de cada um dos intervenientes, sejam docentes, funcionários, estudantes, parceiros externos, ou outras partes interessadas, nos processos de avaliação e garantia da qualidade”, especialmente ao nível do ensino/aprendizagem, segundo palavras da vice-presidente do IPCA para a Avaliação e Qualidade, Patrícia Gomes.

Este Manual é, aliás, um dos instrumentos essenciais do Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGQa_IPCA), a par do Planeamento Estratégico 2011-2015 e do Conselho para a Avaliação e a Qualidade.

Para o presidente do IPCA, João Carvalho, o ensino de qualidade é uma preocupação calculada por uma “fórmula quase mágica” que passa pelas características do corpo docente, dos estudantes, das infraestruturas, da organização e, também, pela relação efetiva entre estudantes, professores e pessoal não docente.

Relativamente ao corpo docente, João Carvalho revelou que, atualmente, “o IPCA é das instituições de ensino superior politécnicas com melhor rácio doutores/docentes a tempo integral”.

Por outro lado, salientou o facto de os docentes do IPCA terem publicado, em 2012, “52 artigos incluídos no índice ISI e/ou SCImago, o que corresponde a 1,2 artigos por cada docente a tempo integral”, colocando o IPCA, “se atendermos à sua dimensão e idade”, numa “posição de destaque relativamente às demais instituições de ensino superior politécnico”.

No que se refere aos estudantes, o presidente do IPCA destacou os resultados das avaliações internas que, por regra, realçam o bom relacionamento com os docentes e o bom ambiente académico. Sublinhou, ainda, a “abertura da grande maioria dos serviços em horário laboral e pós-laboral, apesar da duplicação de custos” que este modelo de funcionamento implica.

Na sua intervenção, João Carvalho citou ainda o combate ao abandono escolar como “um dos grandes objetivos do IPCA”, designadamente através de “medidas adotadas para aumentar a motivação dos estudantes no curso, como as mudanças internas de curso, as mudanças de regime de frequência e a adoção de metodologias de ensino à distância, de forma a facilitar o acesso ao ensino superior por parte dos trabalhadores-estudantes”.

Simultaneamente, várias medidas de apoio financeiro “têm evitado o abandono escolar por dificuldades económicas”. Neste particular, destacou a criação do Fundo Social de Emergência e a colaboração de estudantes em serviços prestados pelo IPCA.

Segundo João Carvalho, o Plano Estratégico do IPCA para 2011-2015, aprovado em Conselho Geral, em 9 de dezembro de 2011, estabelece como metas na qualidade, entre outras, a avaliação interna de todos os ciclos de estudos ministrados nas escolas e reestruturações necessárias e ainda o desenvolvimento de um sistema interno de garantia da qualidade, “com informação atualizada para medir a carteira de indicadores do progresso institucional, designadamente os indicadores exigidos pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior”.

Recentemente, revelou, “o IPCA apresentou uma candidatura ao SAMA/2012 (Sistema de Apoios à Modernização Administrativa) com o objetivo de obter financiamento para o desenvolvimento de um Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e melhorar o sistema de informação existente”.
Em jeito de conclusão, João Carvalho adiantou que “o IPCA pretende ter a curto prazo um sistema integrado de qualidade certificado pela A3ES”, embora esteja consciente de que “este é um processo longo e caro, mas que muitas etapas ou mesmo custos podem ser reduzidas se estivermos esclarecidos sobre o caminho mais eficaz, mais eficiente e economicamente sustentável”.