Escola-hotel do IPCA começa este ano a nascer em edifício sustentável

A futura Escola-Hotel do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), na Quinta do Costeado em Guimarães, promete vir a ser uma “infraestrutura de referência em termos regionais, nacionais, mas também internacionais”.

Esta é a promessa da presidente do IPCA, Maria José Fernandes, que anseia ver a obra no terreno ainda este ano e o projeto a funcionar dentro de dois anos para receber os “estudantes de licenciatura, mestrado e cursos técnico-profissionais” tendo ainda espaço “disponível para as empresas que precisem de atualizar as suas formações”.

O projeto de arquitetura, da responsabilidade da empresa Workbook dos arquitetos Filipe Vilas Boas e Pedro Vinagreiro, foi apresentado esta segunda-feira, 11 de janeiro, na reunião quinzenal da Câmara Municipal de Guimarães.

A Escola-Hotel do IPCA em Guimarães vai ser composta por dois edifícios, um reabilitado e outro novo. A emblemática Quinta do Costeado com três hectares de terreno, na zona da Cruz de Pedra, vai ser requalificada para funcionar como hotel e restaurante formativo, com sala de refeições “à la carte” e quartos para hóspedes, a reabilitação da casa do caseiro, cavalariças e celeiro para zonas de serviços e áreas funcionais. Na zona de jardim vai nascer um novo edifício universitário de raíz com dois pisos para albergar salas de aula, cozinhas, laboratórios de cozinha, biblioteca, auditório e serviços administrativos estando previsto um novo acesso rodoviário que a ligue à rotunda do pavilhão multiusos da cidade, já fora da circular urbana.

O projeto contempla, ainda, a preservação e qualificação de todo o jardim e áreas verdes associadas à Casa do Costeado, nomeadamente no que respeita ao seu desenho e espécies arbóreas singulares. Neste âmbito, estão contemplados um prado multiusos, uma horta de aromáticas e condimentares para os estudantes, jardins de buxo e de camélias e uma cobertura jardinada a implementar no novo edifício. Todo o projeto valoriza a manutenção e recuperação da casa existente, com preservação e valorização dos seus elementos arquitetónicos, bem como a eficiência energética e sustentabilidade ambiental.

Filipe Vilas Boas, da Workbook, explicou que grande parte do novo edifício vai ser em madeira lamelada e vai ao encontro das preocupações ambientais: “Será muito simples, sem grandes luxos, confortável, sustentável, moderno, que pretende chamar a si as memórias da cidade e as singularidades do Centro Histórico”.

A opção por um edifício construído com materiais sustentáveis foi uma opção da Câmara, admitiu Domingos Bragança, presidente da Autarquia: “Desde que o Município lançou a agenda ambiental, em 2014, tem aperfeiçoado este caminho do desenvolvimento sustentável, e todos os projetos que lança têm em conta os materiais, o ponto de vista energético e a pegada ambiental. Esta Escola-Hotel é mais um exemplo”.

O projeto e os cursos que vão ser lecionados já têm o aval do Governo e só falta mesmo que o edifício seja construído. “Se correr tudo pelo normal, teremos o início de obra ainda este ano”, perspetivou Domingos Bragança que espera lançar a obra a concurso no próximo mês. Além da aposta estratégica “e de referência” na formação em hotelaria e turismo, a nova obra vai também valorizar a reabilitação urbana da Cruz de Pedra, expandindo a cidade e requalificando um espaço até agora escondido e desaproveitado.

A presidente do IPCA, presente na sessão, afirmou ser “um marco simbólico” para o desenvolvimento da Escola-Hotel, “obra que será digna de ser vista, respeitando a imagem de Guimarães e os seus eixos estratégicos”, assumindo que a Instituição compromete-se “a pôr a escola a funcionar e ser referência”.

A Escola-Hotel de Guimarães, que vai replicar modelos inovadores de ensino vistos em Hong Kong e na Suíça, tem perspetivado o ensino para cerca de 1500 estudantes nos cursos de licenciatura, mestrados, cursos técnicos superiores profissionais e cursos de curta duração nas áreas da hotelaria e do turismo.